Ao receber apoio formal do PSol, neste sábado (30/4), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que, se for eleito, pretende fechar todos os clubes de tiro criados durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). De acordo com o ex-presidente, que será lançado candidato à Presidência da República pelo PT, a ideia é criar “clubes de leitura”.
“Se preparem, porque esses clubes de tiros que foram criados vão fechar, vamos criar clubes de leitura”, disse Lula. “Em vez de tiros, nós teremos livros”, assegurou o petista.
“Vamos espalhar bibliotecas pelo país. Vamos trocar armas por livros”, enfatizou.
O evento com o PSol teve clima de conciliação. Ivan Valente, fundador do partido e um de seus primeiros dissidentes, relembrou que teve seu processo de anistia julgado nesta semana em Brasília, na mesma sessão que também julgou o processo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
As duas indenizações foram negadas por uma comissão formada pelo governo de Bolsonaro. “Eles formaram uma comissão de tortura e colocaram o nome de comissão de anistia”, disse Valente. “Eu digo isso para mostrar contra quem estamos lutando”, emendou.
Engolir ex-tucano
Antigos companheiros no PT, Lula e o vereador Chico Alencar (RJ) se abraçaram no início do encontro. O ex-deputado disse que o PSol não será “um aliado submisso” e se colocou disposto a “engolir” a escolha do ex-governador e ex-tucano Geraldo Alckmin (PSB) como vice na chapa do petista.
“Alckmin tem uma história política que é oposta à nossa. A conjuntura, no entanto, pede que você suporte algumas dificuldades para combater o bolsonarismo. Vamos trabalhar para que a visão de mundo do Alckmin não prevaleça”, destacou Alencar.
“Se o Bolsonaro tem um mérito é que ele uniu esquerda brasileira”, afirmou Guilherme Boulos, coordenador do Movimento dos trabalhadores Sem Teto (MTST) e um dos principais articuladores da aliança.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, agradeceu. “Sim, aqui está um povo realmente sem medo de lutar. Fizeram oposição ao nosso governo, mas quando do perceberam que o que estava em jogo era a soberania do voto, estiveram junto com a gente”, colocou Gleisi.
Metrópoles