Considerando os estados da região Nordeste, a queda na taxa de desemprego no Rio Grande do Norte no segundo trimestre deste ano foi maior apenas que no estado do Ceará. É o que dizem os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados ontem 12 pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Enquanto o RN teve recuo de 2,1% – mesmo índice de Bahia, Maranhão e Paraíba – no desemprego, o Ceará teve retração de apenas 0,6%.
Entre os estados nordestinos, as diminuições na taxa de desocupação com mais destaque são Pernambuco (-3,4%), Alagoas (-3,1%) e Piauí (-2,9%). Em números gerais, o RN chegou a 12% na taxa de ocupação no período que compreende os meses de abril a junho – de janeiro a março, o índice chegava a 14,1%.
A estatística faz do Rio Grande do Norte o quinto estado da região em desocupação. Ficam em situação melhores os estados de Alagoas (11,1%), Ceará (10,4%), Maranhão (10,8%) e Piauí (9,4%). Os piores da região – e também de todo o país – são Bahia (15,5%) e Pernambuco (13,6%). No entanto, uma estatística positiva em comparação à média nacional: o Rio Grande do Norte teve redução maior no desemprego que a média brasileira para o trimestre (1,8%), quando o País passou de 11,1% da população desempregada para 9,3%.
O levantamento também apontou que no Estado, 63,1% são empregados no setor privado com carteira assinada; o número fica abaixo do índice brasileiro (73,3%), mas apenas o estado do Alagoas (63,7%) tem número melhor no Nordeste. No quesito população ocupada de maneira informal, o Rio Grande do Norte alcança os 46,3%, e é o melhor entre os nove nordestinos, mas segue abaixo do índice brasileiro (40%).
SALDO DE EMPREGOS
Recentemente o AGORA RN noticiou que, de janeiro a maio deste ano o Rio Grande do Norte gerou 3,03% empregos a mais do que no mesmo período de 2021. Foram 78.259 admissões em 2022 contra 75.959 no ano passado. No entanto, o número que indica algo positivo não traduz a realidade do cenário potiguar. Até porque neste ano, também foram mais demissões: 75.963 nos primeiros cinco meses, contra 70.870 no período de janeiro a maio do ano anterior; cerca 7,2% a mais. Os números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Previdência.
A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), comemorou o saldo positivo. “Esperamos aumentar a velocidade de geração de emprego formal, recuperar a valorização do salário-mínimo, sermos indutores da geração de postos de trabalho mais qualificados e fortalecer as iniciativas para aumento da renda, com redução da pobreza e superação da fome”, salientou.
No entanto, os números ainda ressaltam uma baixa geração de empregos em todo o estado. a baixa criação de empregos tem a ver com uma falta de planejamento a médio e longo prazos, além da falta de políticas públicas que tragam investimentos necessários para a indústria despontar no estado. “Acho que faltam políticas com mais clareza. Tem o programa da Fiern para desenvolver o sertão, o semiárido. Precisa fazer mais e falar menos. E nós temos feito muito pouco”, declarou.
De acordo com o economista Janduir Nóbrega, uma das questões que colabora para a baixa geração de empregos no Rio Grande do Norte é a falta de um setor industrial robusto. “Faz uma falta muito grande. Quando a gente vê outros estados, como Pernambuco e Bahia, existe um polo industrial e de serviços muito mais forte, gerando cinco vezes o valor que foi gerado aqui de empregos”, defendeu.
NACIONAL
Em todo o território nacional, o desemprego diminuiu em 22 das 27 unidades da federação, segundo o levantamento divulgado pelo IBGE. Distrito Federal, Amapá, Ceará, Rondônia e Mato Grosso foram os estados que não tiveram redução; segundo a pesquisa, estes estados mantiveram estabilidade.
As maiores taxas de desocupação foram da Bahia (15,5%), Pernambuco (13,6%) e Sergipe (12,7%), e as menores, de Santa Catarina (3,9%), Mato Grosso (4,4%) e Mato Grosso do Sul (5,2%). A taxa de desocupação por sexo foi de 7,5% para os homens e 11,6% para as mulheres no segundo trimestre de 2022. Já a taxa de desocupação por cor ou raça ficou abaixo da média nacional (9,3%) para os brancos (7,3%) e acima para os pretos (11,3%) e pardos (10,8%).
Conforme divulgado pela pesquisa, o desemprego foi maior para as pessoas com ensino médio incompleto (15,3%) que em comparação às outras analisadas. Para as pessoas com nível superior incompleto, o índice foi de 9,9%, mais que o dobro da verificada para o nível superior completo (4,7%).