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ECONOMIA

Alta do setor imobiliário atrai investimento estrangeiro ao RN

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O crescimento do setor imobiliário de Natal, que registrou uma elevação de 88% nos lançamentos no ano passado, de acordo com o Censo Imobiliário de Natal e Parnamirim, demonstra potencial para atrair investimentos estrangeiros à capital e ao Rio Grande do Norte. O empresário espanhol Miguel Manzanares, investidor com experiência no mercado europeu, está entre os que pretendem retomar projetos no Estado, mais especificamente em Caraúbas e Pipa. Em entrevista à TN, ele aponta que o momento é favorável para o retorno de investimentos internacionais na região e destaca o interesse crescente do mercado europeu pelos atrativos locais.

Segundo Manzanares, a recente viagem ao RN marca o início de um novo ciclo de negócios. “Estamos aqui para analisar investimentos, recuperar investimentos que estavam um pouco adormecidos e agora estão se recuperando, e já posso antecipar que a vontade do grupo que represento é começar a atuar já, mesmo com investimentos grandes,” afirma. “A primeira pedra, como se fala na Espanha, do edifício está se colocando nessa viagem. É uma pedra que significa voltar aos investimentos, à atividade” completa.

Entre os projetos mais consolidados, Manzanares destaca um investimento na praia de Caraúbas e analisa possibilidades na região da Praia da Pipa e litoral Norte. “Agora estamos considerando duas hipóteses, uma delas, que vai ser uma realidade, vai ser em Caraúbas. Ainda falta tempo para completar uma sequência de oportunidades; acreditamos que pode ser na área da Pipa, pode aparecer também alguma outra oportunidade no litoral Norte, enfim, estamos abertos,” detalha o investidor espanhol.

A chegada de estrangeiros impulsionada pelo mercado aquecido tem sido acompanhada há anos por empresários europeus de várias nacionalidades. Segundo ele, o Rio Grande do Norte e Natal possuem características naturais e culturais que encantam investidores estrangeiros e podem estimular uma retomada mais ampla do interesse internacional. “Eu, que tenho viajado por muitos países, quando cheguei aqui fiquei completamente apaixonado pelo país, pela qualidade das pessoas, pela facilidade e o trato que eu sempre recebi”, afirma.

Ele diz que o perfil acolhedor do povo potiguar é determinante para atrair e fidelizar investidores europeus. Ele descreveu a hospitalidade local como um fator para a integração dos negócios. “Tenho trazido, ao longo de muitos anos, numerosos empresários, não só espanhóis, também irlandeses, noruegueses, ingleses, de muitas nacionalidades. Todos eles subiam no avião de volta dizendo: ‘Miguel, muito obrigado pela recomendação, muito obrigado por me convidar a vir a essa cidade Natal e esse estado em geral’”, enfatiza.

Durante visita recente à praia de Ponta Negra, Miguel Manzanares relatou ter ficado positivamente impressionado com as melhorias estruturais realizadas, como a nova faixa de areia. Para ele, investimentos em infraestrutura urbana e turística aumentam ainda mais o interesse dos investidores estrangeiros. “Fomos surpreendidos muito agradavelmente pela beleza da praia, como a praia ficou com essa faixa de areia fantástica que foi colocada”, diz o empresário espanhol.

Localização privilegiada

Outro fator destacado por Manzanares é a localização estratégica de Natal em relação à Europa. Segundo ele, o potencial turístico e residencial da capital potiguar é ampliado pelas condições climáticas favoráveis durante o ano inteiro. “Natal tem uma grande beleza natural, tem vários pontos que não podem ser comprados, não podem ser inventados. Um grande clima, que permite servir de moradia para um estrangeiro em praticamente qualquer parte do ano, não tem um inverno cruel, não tem um verão extremo”, afirma.

O empresário espanhol ressaltou ainda que a facilidade logística, especialmente com o Aeroporto Internacional Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante, contribui para atrair o interesse europeu. “Tem uma infraestrutura muito boa, a parte do aeroporto cresceu e se adaptou e, portanto, o fato de que esteja muito próximo da Europa, com apenas 7 horas de distância, também é um fator que é determinante. Portanto, isso não pode ser inventado, isso existe aqui e é um valor fundamental”, complementa.

Miguel Manzanares destaca ainda que o momento representa uma oportunidade para os europeus devido à valorização do euro frente ao real. Segundo ele, o poder de compra ampliado pela atual taxa cambial contribui para tornar o mercado imobiliário potiguar ainda mais atrativo. “Uma grande fortaleza, obviamente, é o poder de compra que hoje representa o câmbio de euro contra o real brasileiro. Isso dá uma capacidade de compra para investidores ou compradores europeus que vai dar um impulso definitivo”, complementa.

Se por um lado Natal vive um bom momento imobiliário atraindo investidores internacionais, por outro lado cresce também o interesse de brasileiros e natalenses em aplicar recursos fora do país, especialmente nos Estados Unidos. É o que afirma Amanda Buarque, assessora de investimentos e corretora de imóveis com experiência no mercado estadunidense. Ela detalha as vantagens de brasileiros buscarem imóveis no exterior e ressalta a importância de uma consultoria especializada.

Amanda, que atua auxiliando brasileiros a investirem nos EUA, afirma que o primeiro passo essencial é contar com um consultor qualificado. “Aqui nos EUA você vai precisar, primeiramente, buscar um bom contato com o banco para você conseguir uma boa linha, uma facilidade de financiamento”, explica. Segundo ela, cerca de 80% dos investidores brasileiros optam pela região de Orlando, principalmente pela intensa atividade turística, que garante alta rentabilidade com locações.

O modelo descrito pela especialista pode ser simples, mas eficiente. “Eles procuram um banco, fazem uma linha de crédito de financiamento, compram uma casa e colocam as casas para alugar. E aí o que eles fazem? Com a rentabilidade do aluguel, eles pagam o financiamento e ainda conseguem tirar um lucro. Esse lucro é revertido, ou eles fazem o câmbio de volta para o Brasil, ou então reinvestem, adquirindo outros imóveis”, explica.

Apesar do interesse crescente, Amanda destaca que uma das principais dúvidas que recebe de investidores brasileiros é sobre financiamento, especialmente devido ao câmbio do real para o dólar. “Nos Estados Unidos, a grande vantagem é justamente a facilidade de ter um financiamento aprovado e a segurança jurídica”, afirma. Ela também explicou que o processo de aprovação envolve análise documental detalhada, mas a possibilidade de êxito é alta, mesmo para quem não possui um bom histórico de crédito no Brasil.

A questão cambial, que à primeira vista pode parecer uma barreira, segundo Amanda, torna-se uma vantagem na hora de receber os lucros dos investimentos. Ela enfatiza que a valorização do dólar frente ao real potencializa ainda mais o retorno dos investimentos feitos nos EUA. “Se você vê 5 por 1 no câmbio do real para o dólar, só nessa questão do câmbio de volta, a pessoa já está tendo uma vantagem, um lucro, uma rentabilidade bem grande”, esclarece.

Entre as principais vantagens do investimento nos Estados Unidos, Amanda Buarque cita a facilidade de financiamento, segurança jurídica e diversificação dos negócios. “Eu diria, principalmente, a facilidade do financiamento, porque os Estados Unidos sempre procuram investidores”, afirma. “Segundo, a segurança jurídica. Os Estados Unidos têm um sistema jurídico muito sólido, então ele oferece bastante proteção a investidores”, acrescenta.

Além disso, Amanda ressalta que os EUA oferecem uma gama ampla de possibilidades, além do setor imobiliário residencial. “Eu vejo também empresas que investem aqui para construir empreendimentos comerciais, ter salas de aluguel, investir também em fundos imobiliários”, detalhou. Porém, outro ponto chama atenção: “A rentabilidade dos Estados Unidos é inabalável. O potencial aqui de valorização de imóveis é extremamente grande e está sempre em crescimento,” reforça a profissional.

Tribuna do Norte

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ECONOMIA

Governo cumpre acordo e reduz carga tributária do Regime Atacadista para 6,1%

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O Governo do Estado anunciou que vai retornar a carga de ICMS para 6,1% para o setor atacadista, inscritos no Regime Especial, após a entrada em vigor da nova alíquota modal do imposto de 20%, no Rio Grande do Norte. A decisão foi pauta da reunião, nesta sexta-feira (28), entre o secretário Estadual de Fazenda, Carlos Eduardo Xavier, e representantes da Fecomércio-RN e do Sindicato do Comércio Atacadista do RN (SINCAD). O decreto com a manutenção da carga tributária para o setor deverá ser publicado na edição do Diário Oficial do Estado deste sábado (29 ).

A medida do Governo busca a abertura de novos postos de trabalho nesse segmento e também fortalecer a competitividade dos atacadistas potiguares em relação aos dos demais estados do Nordeste.

O setor atacadista conta um regime especial com carga tributária diferenciada no RN em comparação com o regime normal. A alíquota para esse sistema foi atualizada para 7,1% em função da redução da modal para 18%, no ano passado. Com o decreto, os contribuintes desse segmento passarão a recolher, em vez de 7,1%, apenas 6,1%, o mesmo em vigência quando a modal era de 20%.

As empresas contempladas pelo benefício fiscal terão três meses para se adequar aos novos critérios introduzidos na legislação.

Tribuna do Norte

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ECONOMIA

RN teve saldo de 2,4 mil novos empregos formais em fevereiro

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O estado do Rio Grande do Norte registrou, em fevereiro, um saldo de 2.495 novos postos de trabalho com carteira assinada, resultado de 22,5 mil admissões e 20 mil desligamentos no mês. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) e foram divulgados nesta sexta-feira (28), pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). 

O resultado é positivo também para o primeiro bimestre do ano, período em que o estado soma 2,2 mil novas vagas formais. Já nos últimos 12 meses, o saldo registrado no Rio Grande do Norte é de 34,7 mil empregos. O estoque, ou seja, a quantidade total de pessoas formalizadas trabalhando no estado, chegou a 538,2 mil pessoas. 

Em fevereiro, o Rio Grande do Norte apresentou desempenho positivo em três dos cinco grandes grupamentos de atividades econômicas. O destaque foi o setor de Serviços, que terminou o mês com um saldo de 2.367 vagas. Na sequência aparecem Construção (726) e Comércio (558). Os setores de Indústria e Agricultura apresentaram saldo negativo, com menos 101 e 1.055 vagas, respectivamente. 

No estado, as novas vagas com carteira assinada foram ocupados, em sua maioria, por pessoas do sexo feminino (1.827). Pessoas com ensino médio completo foram as principais atendidas (2.249) com as vagas no Rio Grande do Norte. Jovens entre 18 e 24 anos são o grupo com maior saldo de vagas no estado: 1.627.

A capital Natal foi o município com o melhor saldo no estado em fevereiro, com 1,9 mil novos postos. A cidade tem hoje um estoque de 235 mil empregos formais. Na sequência dos municípios com melhores desempenhos no mês de fevereiro no estado aparecem Currais Novos (146), Macaíba (144), Parnamirim (132) e Caicó (120).

Tribuna do Norte

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ECONOMIA

Dívida Pública sobe 3,3% em fevereiro e aproxima-se de R$ 7,5 trilhões

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As emissões mensais recorde e o baixo volume de vencimentos de títulos fizeram a Dívida Pública Federal (DPF) subir em fevereiro. Segundo números divulgados nesta sexta-feira (28) pelo Tesouro Nacional, a DPF passou de R$ 7,253 trilhões em janeiro para R$ 7,492 trilhões no mês passado, alta de 3,3%.

Em junho do ano passado, o indicador superou pela primeira vez a barreira de R$ 7 trilhões. Mesmo com a alta em fevereiro, a DPF continua abaixo do previsto. De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), apresentado no início de fevereiro, o estoque da DPF deve encerrar 2025 entre R$ 8,1 trilhões e R$ 8,5 trilhões.

A Dívida Pública Mobiliária (em títulos) interna (DPMFi) subiu 0,23%, passando de R$ 6,951 trilhões em janeiro para R$ 7,178 trilhões em fevereiro. No mês passado, o Tesouro emitiu R$ 189,92 bilhões em títulos a mais do que resgatou, principalmente em papéis prefixados (com juros definidos antecipadamente) e atrelados à taxa Selic (juros básicos da economia). A alta foi reforçada pela apropriação de R$ 70,85 bilhões em juros.

Por meio da apropriação de juros, o governo reconhece, mês a mês, a correção dos juros que incide sobre os títulos e incorpora o valor ao estoque da dívida pública. Com a taxa Selic (juros básicos da economia) em 14,25% ao ano, a apropriação de juros pressiona o endividamento do governo.

No mês passado, o Tesouro emitiu R$ 145,39 bilhões em títulos da DPMFi, o maior volume mensal desde o início da série histórica, em novembro de 2006. Com o baixo volume de vencimentos em fevereiro, os resgates somaram R$ 33,976 bilhões, o volume mais baixo desde dezembro do ano passado.

A Dívida Pública Federal externa (DPFe) subiu 4,15%, passando de R$ 301,81 bilhões em janeiro para R$ 314,34 bilhões em fevereiro. Os principais fatores foram a alta de 1,35% do dólar e a emissão de US$ 2,5 bilhões em títulos no exterior, que aumentaram o endividamento do governo.

Colchão

Após forte queda em janeiro, o colchão da dívida pública (reserva financeira usada em momentos de turbulência ou de forte concentração de vencimentos) voltou a subir. Essa reserva passou de R$ 744 bilhões em janeiro para R$ 889 bilhões no mês passado. O principal motivo, segundo o Tesouro Nacional, foi a forte emissão líquida (emissões menos resgates) no mês passado.

Atualmente, o colchão cobre 6,66 meses de vencimentos da dívida pública. Nos próximos 12 meses, está previsto o vencimento de R$ 1,267 trilhão em títulos federais.

Composição

Apresar da forte emissão de títulos corrigidos pelos juros básicos e prefixados (com rendimento definido no momento da emissão), a composição da DPF mudou pouco. A proporção dos papéis atrelados à Selic caiu de 47,98% em janeiro para 47,77% em fevereiro. O PAF prevê que o indicador feche 2025 entre 48% e 52%. Esse papel está atraindo o interesse dos compradores por causa das recentes altas da taxa Selic.

A fatia dos papéis prefixados subiu de 20,15% em janeiro para 20,54% em fevereiro. O PAF prevê que o indicador feche 2025 entre 19% e 23%. Normalmente, os papéis prefixados indicam mais previsibilidade para a dívida pública, porque as taxas são definidas com antecedência. No entanto, em momentos de instabilidade no mercado financeiro, as emissões caem porque os investidores pedem juros muito altos, que comprometeriam a administração da dívida do governo.

A fatia de títulos corrigidos pela inflação na DPF caiu levemente, passando de 27,72% para 27,51%. O PAF prevê que os títulos vinculados à inflação encerrarão o ano entre 24% e 28%.

Composto por antigos títulos da dívida interna corrigidos em dólar e pela dívida externa, o peso do câmbio na dívida pública passou de 4,15% para 4,18%. A dívida pública vinculada ao câmbio está dentro dos limites estabelecidos pelo PAF para o fim de 2025, entre 3% e 7%.

Prazo

O prazo médio da DPF caiu de 4,11 para 4,08 anos. O Tesouro só fornece a estimativa em anos, não em meses. Esse é o intervalo médio que o governo leva para renovar (refinanciar) a dívida pública. Prazos maiores indicam mais confiança dos investidores na capacidade do governo de honrar os compromissos.

Detentores

As instituições financeiras seguem como principais detentoras da Dívida Pública Federal interna, com 29,8% de participação no estoque. Os fundos de pensão, com 24,1%, e os fundos de investimento, com 22,3%, aparecem em seguida na lista de detentores da dívida.

Mesmo com a redução da instabilidade no mercado externo, a participação dos não residentes (estrangeiros) caiu de 9,9% em janeiro para 9,7% em fevereiro. Em novembro, o percentual estava em 11,2% e tinha atingido o maior nível desde janeiro de 2018, quando a fatia dos estrangeiros na dívida pública estava em 11,2%. Os demais grupos somam 14,2% de participação.

Por meio da dívida pública, o governo pega dinheiro emprestado dos investidores para honrar compromissos financeiros. Em troca, compromete-se a devolver os recursos depois de alguns anos, com alguma correção, que pode seguir a taxa Selic (juros básicos da economia), a inflação, o dólar ou ser prefixada (definida com antecedência).

Agência Brasil

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ECONOMIA

Rendimento mensal do trabalhador bate recorde e chega a R$ 3.378

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O rendimento médio do trabalhador brasileiro chegou a R$ 3.378, o valor mais alto já registrado desde 2012, quando começou a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (28), e mostram que, em um ano, a alta na renda dos trabalhadores foi de 3,6%. O recorde anterior era do trimestre encerrado em janeiro de 2025, com R$ 3.365.

Os valores são deflacionados, ou seja, levam em conta a inflação acumulada no período, fazendo com que a comparação reflita o real poder de compra do trabalhador.

A pesquisa do IBGE apura o comportamento no mercado de trabalho para pessoas com 14 anos ou mais e leva em conta todas as formas de ocupação, seja emprego com ou sem carteira assinada, temporário e por conta própria, por exemplo. O levantamento apontou que, no trimestre encerrado em fevereiro, a taxa de desemprego foi de 6,8%.

Formalidade aumenta renda

A coordenadora da pesquisa, Adriana Beringuy, frisa que parte do recorde do rendimento médio pode ser explicada pela redução da informalidade no mercado de trabalho.

A taxa de informalidade ─ trabalhadores que não têm garantidos direitos como férias, contribuição para a Previdência Social e 13º salário ─ teve “ligeira redução”, caindo a 38,1% da população ocupada. No trimestre terminado em novembro de 2024, estava em 38,7%.

“Se hoje, na minha população ocupada, eu tenho uma maior proporção de trabalhadores formais do que havia anteriormente, é esperado que essa média [de rendimento] aumente, dado que, de modo geral, os trabalhadores formais têm um rendimento maior que os não formais”, explica.

A pesquisadora contextualiza ainda que o número total de ocupados ficou em 102,7 milhões de pessoas, 1,2% menor que o do período terminado em novembro, sendo que o grupamento administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais foi responsável pela subtração de 468 mil ocupações.

Beringuy ressalta que esse número representa um comportamento sazonal da administração pública, que dispensa funcionários temporários no começo de ano. “Foi o segmento do setor público com os menores rendimentos, que são aqueles dos contratos temporários”, afirmou ela, se referindo a trabalhadores da área da educação fundamental. Dessa forma, com o corte de pessoas com menores salários, o rendimento médio tende a aumentar.

O reajuste do salário mínimo para R$ 1.518, no começo do ano, foi outro fator que contribuiu, em menor escala, para o recorde no rendimento do trabalhador.

Segundo Beringuy, o reajuste serve como referência de rendimento mesmo para quem não tem carteira assinada. “O salário mínimo é um balizador importante no mercado de trabalho, principalmente entre os trabalhadores informais”.

Massa de salários

Outro dado recorde apontado pelo IBGE é a massa salarial, que alcançou R$ 342 bilhões. O montante consiste na soma de todos os valores que os trabalhadores recebem e funciona como um motor da economia. Em um ano, esse total teve crescimento de 6,2% (mais R$ 20 bilhões).

Contribuição para a previdência

De acordo com o IBGE, o trimestre encerrado em fevereiro de 2025 teve 67,6 milhões de trabalhadores que contribuíam para a previdência social. Esse numero não inclui apenas trabalhador com carteira assinada. “Pode ter um trabalhador por conta própria que contribui para o instituto de previdência”, exemplifica Beringuy.

Esse contingente representa que 65,9% dos ocupados contribuíam para institutos de previdência, maior percentual desde o trimestre encerrado em julho de 2020 (66,1%).

“O recuo da informalidade e, consequentemente, o aumento da proporção do trabalho formal contribuiu para essa expansão de cobertura previdenciária”, explica a coordenadora do IBGE.

O ponto mais alto de contribuição para a previdência foi em junho de 2020 (66,5%).

Agência Brasil

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ECONOMIA

Global Eggs: produtora de ovos brasileira compra empresa americana e cria gigante mundial

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A brasileira Global Eggs, que pertence ao empresário Ricardo Faria, sócio da Granja Faria, anunciou a compra da americana Hillandale Farms por US$ 1,1 bilhão (cerca de R$ 6 bilhões). Com a aquisição, a empresa, que já é dona da espanhola Hevo, se torna a segunda maior produtora de ovos do mundo, atrás apenas da Cal-Maine Foods, também dos Estados Unidos.

Considerando dados do ano passado, o faturamento da Global Eggs e da Hillandale Farms chega a US$ 2 bilhões, com geração de caixa superior a US$ 500 milhões e um plantel de 41 milhões de aves. Com a crise do mercado americano de ovos causada pela gripe aviária, no entanto, os resultados tendem a ser bem maiores neste ano.

Além de Faria, o fundo de private equity (especializado na aquisição de participações em empresas) Economia Real II, do BTG Pactual, também se tornou sócio do negócio, com participação de 11% no capital da Global Eggs – o fundo do BTG pagou US$ 300 milhões por essa fatia.

O banco assessorou a compra ao lado do Rabobank, enquanto o Houlihan Lockey assessorou a parte vendedora, a família Bethel – a Hillandale Farms foi fundada em 1958 por Orlando Bethel e tem sede em Greensburg, no Estado da Pensilvânia (EUA).

Por trás da estratégia de criação de uma marca global, está a mudança no consumo de ovos em todo o mundo, segundo pessoas a par do tema. Antes visto como um produto mais voltado a consumidores de baixa renda, o insumo se tornou “mainstream” em diferentes classes sociais, entrando de vez no café da manhã de muitas famílias, que deixaram de lado pães e leite. Recentemente também ganhou nichos de mercado, como os ovos orgânicos, com selênio, gourmet, de galinhas criadas soltas.

Estratégia

Ao construir uma companhia global, a empresa pretende compartilhar expertises entre os diferentes mercados. Assim, da Europa poderá ser incorporado o conhecimento para o lançamento de produtos mais sofisticados e em embalagens menores. Do Brasil o nível de segurança alimentar e a eficiência na produtividade. Já dos Estados Unidos, a ideia é ter contato e espalhar o conhecimento em automação, engenharia de produção e distribuição sempre de acordo com profissionais do mercado.

Apesar de a Global Eggs ter feito um pedido de abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) nos Estados Unidos, para avaliar uma possível oferta de ações, pessoas próximas ao negócio negam que esse seja o principal objetivo da companhia – que é ser a “melhor empresa do mundo”.

A injeção de capital, neste momento, foi feita de maneira privada, sem necessidade de fazer uma oferta pública para levantar recursos no mercado de capitais. Um eventual novo negócio poderia se dar de maneira semelhante. Essa discussão se dará quando necessário, dizem pessoas próximas da empresa. Atualmente, a Global Eggs não tem necessidade de recursos, com endividamento inferior a uma vez a geração de caixa.

As negociações entre Faria e a família Bethel aconteciam havia cerca de um ano. Com 89 anos de idade, Orland Bethel preferiu dividir o dinheiro entre seus herdeiros, e partiu em busca de um comprador. Segundo pessoas próximas à negociação, apesar de ter recebido outras ofertas, houve uma identificação recíproca entre Bethel e Faria. O empreendedor americano se veria mais jovem no brasileiro, que por sua vez teria dito ter encontrado um “pai” nos EUA. A ideia é que Bethel continue próximo à empresa.

Mercado

A gripe aviária, que encareceu os preços dos ovos nos EUA, teria tido impacto neutro na negociação. Isso porque, se por um lado aumenta o valor do produto (o ovo está entre os itens com maiores reajustes nos EUA), de outro representa uma ameaça ao plantel. Para pessoas próximas ao negócio, o objetivo da transação mirou o longo prazo.

Como esse mercado não é voltado a exportações, e, sim, bastante dependente da produção local, as consolidações tendem a continuar acontecendo, num momento já bastante aquecido. Em novembro, a Global Eggs pagou € 120 milhões pela Hevo, segunda maior produtora da Espanha. Em janeiro, a JBS adquiriu por R$ 1 9 bilhão a Mantiqueira, o que marcou a entrada da líder global de carnes no setor.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Estadão Conteúdo

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ECONOMIA

Em 1 semana, novo consignado privado concede 76% do volume que antigo registrou em janeiro

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Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil

Nos primeiros sete dias de concessão, o novo crédito consignado privado teve concessões equivalentes a 75,8% do volume emprestado pelos bancos nessa linha em janeiro através do modelo antigo. Além disso, já registrou 80% da concessão mensal média no consignado privado ao longo de 2024.

Entre a sexta-feira passada, 21, e a quinta, 27, foram R$ 1,28 bilhão em concessões, de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Em janeiro, com o modelo antigo ainda em vigor, foram concedidos R$ 1,69 bilhão em operações de consignado privado, de acordo com o Banco Central.

Ao longo de 2024, a concessão mensal foi em média de R$ 1,602 bilhão. O volume foi consideravelmente maior nas linhas destinadas a aposentados e pensionistas do INSS, com R$ 8,6 bilhões; e a servidores públicos, em que foi de R$ 8,4 bilhões.

O novo consignado privado permite que os bancos façam ofertas de crédito a todos os trabalhadores com carteira assinada, porque as instituições passam a consultar os dados do eSocial, sistema do governo em que as empresas mantêm as informações sobre suas folhas de pagamento.

No modelo existente até então, as instituições só tinham acesso aos dados de funcionários de empresas com as quais haviam firmado convênios. Era um modelo que exigia um grande esforço comercial, o que aumentava os custos e restringia o acesso a esse crédito a trabalhadores de poucas empresas.

Com a mudança, o governo espera que cerca de 25 milhões de trabalhadores tenham acesso ao consignado privado. A expectativa também é de que as taxas sejam menores que as do crédito pessoal sem garantia, e a medida provisória que criou o novo programa estimula a troca de uma operação pela outra.

Estadão Conteúdo

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ECONOMIA

Fiern estimula inovação, IA e liderança feminina com Procompi

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Liderança feminina, gestão da inovação e uso da inteligência artificial (IA) nas vendas estão entre os focos dos projetos que serão executados nas micro e pequenas empresas industriais que aderirem, neste ano, ao Programa de Apoio à Competitividade da Micro e Pequena Empresa (Procompi) no Rio Grande do Norte. O Programa é uma iniciativa que promove a cooperação para superar desafios e estimular a inovação, a produtividade e o crescimento das MPEs em um contexto cada vez mais digital e sustentável. O Procompi tem a parceria da Confederação Nacional da Indústria (CNI), do Sebrae e, no RN, da Fiern.

De acordo com Kesiane Santana, responsável técnica na Unidade de Desenvolvimento Industrial da Fiern, há projetos, em 2025, voltados para setores estratégicos da indústria potiguar, além dos que abordam temas transversais para superar desafios comuns a diferentes segmentos industriais.

“O objetivo é trazer um diferencial competitivo, fortalecer o papel da liderança no sucesso do negócio e promover um ambiente mais inovador e sustentável para as empresas”, explica Kesiane Santana.

Os projetos setoriais estão direcionados à cadeia produtiva da indústria do leite e à confecção de bonelaria e vestuário. Já os projetos transversais, abertos a empresas de distintos segmentos, têm como foco três pilares principais: incentivo à liderança feminina, gestão da inovação e transformação digital com inteligência artificial.

Na área de transformação digital, o programa oferece capacitação prática e personalizada. As empresas participantes terão acesso a treinamento em inteligência artificial aplicada ao marketing digital, incluindo mentorias individuais e suporte por três meses.

No campo da inovação, as empresas receberão capacitação e apoio para implementar soluções inovadoras em suas operações, com a inteligência artificial como ferramenta estratégica.

Outro destaque é o projeto “Ela Faz a Indústria”, que busca capacitar lideranças femininas ao desenvolver competências e estimular o protagonismo das mulheres nas indústrias potiguares.

Resultados expressivos

“O Procompi se destaca por sua contribuição às micro e pequenas indústrias, permitindo acesso a ações de grande impacto com custos acessíveis”, afirma Ana Adalgisa, coordenadora executiva de Relações Institucionais e com o Mercado. Em 2024, o programa executou nove projetos no estado, promovendo ganhos em competitividade e sustentabilidade nos negócios, além de fortalecer o associativismo, um dos objetivos da Fiern.

Para a atual chamada, lançada em 2023 e com término previsto para dezembro de 2025, o Procompi prioriza temas voltados à transformação digital e à sustentabilidade, considerados essenciais para o futuro da indústria. “Estamos prontos para liderar esta transição, capacitando as MPEs para enfrentar os desafios da era digital e adotar práticas sustentáveis, mantendo a missão de fortalecer o setor industrial brasileiro”, conclui Santana.

Desde 2003, o Procompi atua no Rio Grande do Norte, participando de todas as edições do programa, realizado em parceria entre a CNI e o Sebrae. Até hoje, já alcançou 15 segmentos industriais no estado, impactando mais de 625 micro e pequenas empresas, com avanços em produtividade, competitividade e inovação.

Adesão

As empresas interessadas podem obter mais informações pelo e-mail [email protected], pelos telefones (84) 3204-6243 / 6256 ou acessando o link: https://forms.office.com/r/ztsyt1T87x.

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ECONOMIA

RN já soma mais de 57 mil declarações do Imposto de Renda 2025, aponta Receita Federal

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A Receita Federal divulgou, nesta sexta-feira (28), um novo balanço da entrega de declarações do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) 2025. Segundo o órgão, o Rio Grande do Norte já soma 57.451 declarações enviadas até as 10h da manhã. Os dados integram o total da 4ª Região Fiscal, que abrange também os estados de Alagoas, Pernambuco e Paraíba.

Ao todo, a 4ª Região Fiscal recebeu 301.226 declarações desde o início do prazo, em 17 de março. Pernambuco lidera a lista, com 146.409 documentos enviados, seguido da Paraíba (54.137), Rio Grande do Norte (57.451) e Alagoas (43.229).

Em todo o Brasil, a Receita Federal já contabiliza 4.676.632 declarações entregues. A expectativa é que até o encerramento do prazo, no dia 30 de maio, sejam enviadas 46,2 milhões de declarações do ano-calendário 2024.

A Receita alerta os contribuintes para não deixarem para a última hora. A entrega da declaração fora do prazo implica multa mínima de R$ 165,74, podendo chegar a até 20% do imposto devido. Quem recebeu rendimentos tributáveis acima de R$ 30.639,90 em 2024 está obrigado a declarar, entre outras situações específicas.

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ECONOMIA

Lula discute acordo sobre carne bovina, aviação e Brics no Vietnã

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Em viagem oficial ao Vietnã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou nesta sexta-feira, 28, sobre a negociação para a venda de jatos da Embraer à estatal Vietnam Airlines e a abertura do mercado daquele país para a carne bovina brasileira. A declaração foi feita durante um encontro com o presidente do Vietnã, Luong Cuong, em Hanói, onde firmaram o Plano de Ação para Implementação da Parceria Estratégica, que abrange o período de 2025 a 2030, com a finalidade de fortalecer o comércio bilateral entre os dois países.

Lula também convidou o Vietnã para participar da cúpula do Brics no Brasil, no final deste ano, e destacou a intenção de um acordo comercial do Mercosul com Hanói. “A abertura do mercado vietnamita para a carne bovina brasileira atrairá investimentos de frigoríficos do Brasil para fazer do Vietnã uma plataforma de exportação do Sudeste Asiático”, disse Lula, em declaração à imprensa. O presidente brasileiro citou ainda um acordo de cooperação em educação, ciência e tecnologia, destacando que em breve as universidades brasileiras e vietnamitas poderão promover o intercâmbio entre professores e estudantes.

Além do Plano de Ação, o encontro foi marcado pela assinatura de dois acordos e dois memorandos. Os acordos abordam o exercício de atividade remunerada por parte de dependentes de missões diplomáticas, repartições consulares e missões permanentes junto a Organismos Internacionais, além da troca e proteção mútua de informações classificadas. Brasil e Vietnã também assinaram Memorando de Entendimento entre o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e o Ministério da Indústria e Comércio do Vietnã para cooperação comercial e industrial, e ainda um memorando em torno de parcerias ligadas ao futebol.

Além da reunião com o presidente do país asiático, a agenda de Lula foi marcada por encontros com os líderes dos outros três pilares do sistema político vietnamita: o primeiro-ministro, Pham Minh Chính; o presidente da Assembleia Nacional, Tran Thanh Man; e o secretário-geral do Partido Comunista, Tô Lâm. Ao final, o presidente brasileiro participa da recepção oficial oferecida pelo presidente Luong Cuong.

Fonte: Estadão Conteúdo

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ECONOMIA

Dólar sobe para R$ 5,75 após imposição de tarifas de Trump

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Em meio aos reflexos da sobretaxação em 25% das importações de veículos pelo governo de Donald Trump, o dólar voltou a ficar acima de R$ 5,75, em um dia negativo para moedas latino-americanas. Na contramão das bolsas norte-americanas, a bolsa brasileira subiu pelo terceiro dia seguido e atingiu o maior nível desde outubro.

O dólar comercial encerrou esta quinta-feira (27) vendido a R$ 5,752, com alta de R$ 0,019 (+0,34%). A cotação chegou a R$ 5,77 por volta das 10h20, operou próxima de R$ 5,73 na maior parte da tarde, mas acelerou perto do fim das negociações.

Mesmo com a alta dos últimos dois dias, a moeda norte-americana cai 2,77% em março. Em 2025, o recuo chega a 6,81%.

O mercado de ações teve um dia mais otimista. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 133.149 pontos, com alta de 0,47%. No maior nível desde 2 de outubro, o indicador foi puxado por ações de petroleiras, mineradoras e exportadoras de carne.

A bolsa brasileira foi na contramão do mercado de ações norte-americano. Após a imposição de tarifas de 25% sobre a importação de todos os veículos pelo governo Trump, as ações de montadoras de veículos caíram significativamente na bolsa de Nova York, empurrando para baixo as bolsas nos Estados Unidos.

A decisão de Trump impactou as moedas latino-americanas, que se desvalorizaram, na contramão das principais moedas do planeta. A expectativa de que a exportação de minério de ferro, aço e cobre, componentes usados nos veículos, caia influenciou as moedas de países exportadores de metais, como o Brasil.

No caso da bolsa de valores, fatores internos ajudaram a conter o pessimismo internacional. A divulgação de que a prévia da inflação oficial desacelerou em março beneficiou o mercado de ações brasileiro. Isso porque uma inflação abaixo do previsto pode fazer o Banco Central aumentar os juros menos que o esperado, estimulando o consumo.

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